Nas ultimas décadas o acesso das mulheres à universidade foi ampliado e atualmente somos maioria nas instituições de ensino superior. Essa realidade recente tornou mais evidente os problemas que as mulheres enfrentam para PERMANECER no ambiente universitário. A permanência das estudantes depende de condições materiais e também do ambiente e das relações que nele se dão e nesse ambiente que devem ser garantidos pelas instituições de ensino superior. Essa edição do boletim tem como objetivo sensibilizar @s leitor@s quanto à violência de gênero nas universidades e chamar atenção para seu aspecto institucional, ou seja, para a maneira como as instituições de ensino superior enfrentam (ou omitem) as desigualdades de acesso, oportunidades e permanência que tornam a experiência universitária violenta para as mulheres. Também temos como objetivo mostrar que as mulheres têm necessidades específicas para permanecerem na universidade e que as políticas para sua permanência devem se desenvolver a partir dessa perspectiva. Para estudar esse tema fizemos um mapeamento que considerou as políticas de enfrentamento à violência de gênero. No Brasil, apesar do número de denúncias, apenas a Universidade de Brasília começou a organizar um protocolo de enfrentamento ao problema. A maioria das iniciativas está relacionada à violência dos trotes, sendo que poucas explicitam a discriminação e violência de gênero, inviabilizando e afastando ainda mais os problemas vividos pelas estudantes no cotidiano da universidade. Também buscamos mapear as mobilizações de estudantes, as experiências de creches universitárias, a participação de mulheres em cargos de chefia e docência nas universidades brasileiras e as linhas de pesquisa que se contrapõe ao androcentrismo científico para mostrar como as mulheres vêm resistindo e transformado sua experiência na universidade.
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O ensino superior se estabeleceu no Brasil desde 1808, desde a chegada da família real. Em 1879, quando realizada a Reforma do Ensino Primário e Secundário do Município da Corte e do Ensino Superior em todo o Império (Reforma Leôncio de Carvalho) as mulheres passaram a ter o direito a ingressar nas universidades previsto por lei.
Mas o problema é mais profundo que a ocupação de cargos na estrutura do poder hierárquico da Academia. Se buscamos, em uma rápida olhada no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq, o que se produz em termos de feminismo, gênero e mulher, verificamos que são absolutamente minoritários os grupos que se dedicam ao tema. E isto é preocupante.
Destacamos a mobilização das moradoras do CRUSP, que no mês de abril ocuparam a sede da Superintendência de Assistência Social revindicando o comprometimento institucional relativo segurança das estudante, acolhimento e acompanhamento adequado das vítimas.
As mulheres no ensino supe-rior são pura resistência – porque tradicionalmente são pensadas para executar tarefas que sejam adaptadas pelo fato de potencial-mente serem ‘cuidadoras’, ‘mães’ – elas podem e querem ser chefes. Hoje, até homens que se dizem de esquerda continuam a vem a mu-lher dessa maneira.
Com base nas pesquisas do Observatóri@ e no trabalho de escuta realizado pela advogada Mariana Fideles junto às moradoras do CRUSP identificamos que a omissão e negligência das instituições de ensino superior diante da violência de gênero vivida cotidianamente pelas estudantes caracterizam violência institucional de gênero.
A sociologia explica como os sistemas de ensino e de capital cultural contribuem para a reprodução das formas de dominação, perpetuando desigualdades e hierarquias sociais. Nesse contexto, o acesso à permanência e o sucesso no sistema educativo são aspectos importantes para definir a posição e a mobilidade social dos indivíduos.
A violência de Gênero se manifesta no âmbito universitário de várias maneiras. O trote e as chamadas “calouradas” são conhecidos na sociedade pela “violência” que os estudantes veteranos praticam com os alunos ingressantes.
Tipo de violência motivada por desigualdades (de gênero, étnico-raciais, econômicas etc.) predominantes em diferentes sociedades. Essas desigualdades se formalizam e institucionalizam nas diferentes organizações privadas e aparelhos estatais, como também nos diferentes grupos que constituem essas sociedades. gênero.
Nas ultimas décadas o acesso das mulheres à universidade foi ampliado e atualmente somos maioria nas instituições de ensino superior. Essa realidade recente tornou mais evidente os problemas que as mulheres enfrentam para PERMANECER no ambiente universitário.
DOMÉSTICA, DIARISTA, CUIDADORA, BABÁ E CASEIRA – informações sobre direitos e segurança no trabalho.
Boletim #1
Boletim #3